quarta-feira, 25 de abril de 2012

PARENTALIDADE?!


Muitas vezes vejo a parentalidade como a coroação de uma vida sexual saudável e de uma boa relação conjugal, mas também fica óbvio que em muitos casos nem sempre é assim. Acredito que quanto mais saudável seja a vida sexual do casal e melhor a relação entre eles, com certeza mais fácil será exercer o papel de ser pai e de ser mãe. Com a frase anterior já foi possível ter uma ideia do que pode ser essa tal parentalidade. E depois de um bom tempo sem postar por falta de tempo de preparar um texto bacana sobre algum tema interessante, hoje vim aqui para falar sobre PARENTALIDADE. É fácil, mas sei também que para muitos é uma incógnita, pois foi isso que ouvi há 2 semanas de uma aluna.
Os desejos de maternidade e de paternidade não iniciam quando um casal decide ter um filho, pois desde muito cedo em seu desenvolvimento, muitas pessoas constroem um projeto de vida: crescer, encontrar um par amoroso e com ele dar início a uma nova família. E neste contexto, diferentes motivações podem dar origem ao desejo de ter um filho.
O desejo de ter um filho pode ser consciente, mas também inconsciente. Em nível consciente, este desejo significa se situar pai e mãe como seus próprios pais, ter seu próprio filho. O casal assume seu modelo relacional próprio. Por outro lado, desejar um filho tem também significações inconscientes, desconhecidas dos próprios pais, que podem se expressar como um ato criador e produtivo, a realização da condição masculina e feminina. Contudo, também pode ser usado como tentativa de solução de conflitos e problemas. A gravidez irá agitar antigas ansiedades e revitalizar emoções que, muitas vezes, estavam adormecidas. Assim, o que precede a concepção, sobretudo o que está ligado à decisão de se ter um filho e o momento dessa decisão influenciam as vivências ocorridas na transição para a parentalidade.
A parentalidade é o processo de maturação da personalidade que designa a maternalidade e a paternalidade,
• Maternalidade (relativo à mãe).
• Paternalidade (relativo ao pai).
Ou seja, a parentalidade é o conjunto de remanejamentos psíquicos e afetivos que permitem ao adulto tornar-se pai, tornar-se mãe, e de responder às necessidades do seu bebê em três níveis (Lamour & Barraco, 1998):
• Do corpo do bebê
• Da vida afetiva do bebê
• Da vida psíquica do bebê
Já Stoléru (1989) traz o conceito como parentificação e sendo o conjunto de processos psíquicos que ocorrem quando um homem torna-se pai e uma mulher torna-se mãe e depende de fatores psicológicos, biológicos, sociais e culturais. Bem, é verdade que tanto a mulher/mãe como o homem/pai sofrerão transformações profundas para reelaborarem seus papéis como pais, cônjuges, profissionais, filhos, netos, amigos, seus lugares em suas famílias, seus status legais e eles mesmos como responsáveis pela vida e crescimento de um ser (o filho). Esse processo de tornar-se mãe e tornar-se pai é contínuo na vida dos pais, e acontecerá com a chegada do primeiro, do segundo, do terceiro filho e assim por diante, com menos ou mais intensidade de mudanças e reelaborações.








* imagem retirada da internet